Avaliação “ fiat uno college 1.0 2013
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fotos: marcus lauria
se tem uma marca brasileira especialista em lançar séries especiais, esta marca é a fiat. ainda que outras marcas criem uma ou outra versão diferenciada de seus modelos, a fiat costuma lançar várias. podemos ver isso nos recentes grand siena sublime ou bravo wolverine e também em modelos do passado como o stilo blackmotion.
a bola da vez foi o compacto uno, cuja versão college, fazendo jus ao nome, faz o motorista se sentir de volta aos tempos da escola ou faculdade, combinando também com os que ainda estão nessa fase. baseado na versão vivace com motor 1.0, a série especial traz direção hidráulica, ar-condicionado, faróis de neblina, vidros e travas elétricas, rodas aro 14 de liga leve e outros itens por r$ 5.751, custando no total r$ 33.901.
caso a opção do comprador seja uma versão vivace comum, para igualar o carro em opcionais com a série especial, o preço ficaria em torno de r$ 1.000 acima, e além disso o cliente perderia itens de decoração como os apliques em vermelho e azul nos bancos, painel e volante, decoração externa exclusiva, rodas na cor branca e racks no teto da versão way, por exemplo.
logo ao entrar no carro, o motorista pode se espantar com a decoração da série especial, mas logo acostuma-se com as extravagâncias. o espaço interno é razoável e alguém com 1.90 m fica em uma posição meio alta para dirigir, embora não seja desconfortável. para o carona o espaço também fica em um patamar razoável, enquanto os passageiros do banco traseiro precisam ser de altura mediana para não espremer as pernas contra o banco dianteiro. graças ao teto alto, o espaço para cabeça é bom. no quesito porta-trecos o carro está de parabéns, com amplos porta-copos, nichos nas portas, porta-objetos no teto e bolsas estilo mochila atrás dos bancos dianteiros. o porta-malas tem 280 litros.
a visibilidade do uno é boa para todos os lados, embora a vigia traseira seja um pouco pequena e a coluna c larga. os retrovisores externos possuem tamanho excelente mas carecem de regulagem elétrica, embora o carro seja estreito e a necessidade de ajustar o retrovisor do lado direito possa servir de pretexto para se jogar em cima da namorada. manobrar o carro é moleza, graças ao bom diâmetro de giro de 9,8 m, direção hidráulica suave e suas dimensões reduzidas.
na hora de colocar o compacto em movimento, nota-se que a fiat continua precisando evoluir um pouco na calibragem do câmbio manual de cinco marchas, que possui engates borrachudos e pouco precisos. até acostuma-se, mas quando há no mercado caixas como a mq200 da vw e a ib5 plus da ford, qualquer coisa abaixo desse padrão se torna apenas razoável. e por falar em câmbio, é necessário trabalhá-lo bastante para dar fôlego ao raquítico motor fire evo 1.0 8v, que entrega seus 9,8 kgfm de torque apenas a 3.850 rpm. a potência máxima de 78 cv chega aos 6.250 rpm.
andar na cidade é fácil e tranquilo com o pequeno modelo, e há até certa agilidade graças ao reduzido peso de 920 kg, desde que o ar-condicionado esteja desligado. a já citada direção hidráulica de acionamento suave facilita seu uso e a suspensão é macia, bem calibrada e privilegia o conforto. como de costume nos carros da fiat, a suspensão é bastante elevada e transpor lombadas ou outros obstáculos não traz maiores dificuldades. o acionamento dos freios também é suave, assim como a embreagem, deixando apenas o câmbio como vilão da tranquilidade a bordo.
na estrada, como em qualquer carro 1.0, é necessário um pouco de paciência nas retomadas e bastante planejamento nas ultrapassagens, embora o carro vá bem quando os giros estão elevados. acelere sem dó e o pequeno motor mostra sua cara, gerando até um ruído agradável para a proposta do carro. o isolamento acústico está na média da categoria, o que significa que acima de 120 km/h é preciso aumentar o volume do rádio ou da conversa. seu coeficiente aerodinâmico deve ficar em torno de 0,37.
o comportamento dinâmico do carro se mostra adequado para a proposta, com bons freios e acionamento preciso do abs, embora a modulação da frenagem pudesse ser melhor. apesar do freio a disco dianteiro ser sólido, algo inexplicável hoje em dia, não foi observado fading em excesso, mesmo quando provocado. nas curvas a carroceria rola bastante, mas a estabilidade é exemplar, com os pneus pirelli cinturatto p1 175/65 r14 gritando mas mordendo o asfalto com dedicação. no limite a tendência é dianteira, sem sustos.
apesar de contar com um questionável econômetro, que em um modelo 1.0 com torque em alta rotação fique sempre indicando consumo elevado, o carro não traz computador de bordo, obrigando-nos a medir o consumo na bomba. com etanol em um circuito misto de cidade e estrada, a média de consumo ficou em 9,2 km/l, após rodar cerca de 1.200 km. na prática, caso o comprador esteja interessado em um fiat uno com motor 1.0 e não se importar com os chamativos detalhes desta versão, eis uma boa escolha.
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