cingapura14.2
um dos mais importantes jornais do mundo, o 'new york times' escreveu um artigo neste domingo, horas antes do gp de cingapura em que classificava a atual fórmula 1 como uma categoria 'fácil demais'.
o artigo assinado pelo jornalista brad spurgeon cita que as muitas mudanças feitas na categoria desde 1994 (ano das duas últimas mortes verificadas na categoria, com roland ratzenberger e ayrton senna no gp de san marino) fizeram com que os carros de hoje em dia não ofereçam o mesmo desafio de antes, além a excessiva preocupação com a segurança e que o fato de pilotos muito inexperientes chegarem rapidamente a competição (como será o caso de max verstappen, em 2015 quando o holandês terá 17 anos) desfiguraram o sentido que a f1 tinha nos anos 70 e 80.
“no início da f-1, era comum ver corredores altos, musculosos e fortes, entre 30 e 40 anos, ‘duelando’ contra as pistas. os carros tinham motores gigantes e poderosos, que criavam pesadas forças gravitacionais. isso significava que os pilotos tinham que ter pescoços e ombros muito forte. eram necessários muitos anos para os pilotos ganharem experiência de corrida em categorias menores, para só depois irem para o nível máximo”, declarou.
“pule para a temporada 2014: motores menores, com geradores elétricos de recuperação de energia, o barulho dos carros e as forças aerodinâmicas significantemente reduzidas. os carros não são mais fisicamente exigentes para serem dirigidos, e muitos reclamam que a fórmula 1 perdeu muito do seu ‘machismo’”, analisou.
o tradicional matutino chama a competição de diversão para garotos e não para adultos como fora num passado já longínquo.
“nenhum piloto morreu na f-1 desde ayrton senna, em 1994. enquanto muitos consideram isso uma melhora, também implica o fato de que a categoria tornou-se um playground para garotos, ao invés de adultos”, continuou.
mais um ponto destacado é a facilidade como as manobras de ultrapassagem tem sido feitas nas provas. os carros contam com o drs, dispositivo que abre a asa traseira, quando o carro que está atrás encontra-se a menos de 1s do monoposto à frente em determinadas zonas das pistas e que as manobras deste ano superam de forma notável as da década de 90.
“nesta temporada, houve centenas de manobras de ultrapassagens. na temporada de 1996, houve menos de 100″, assinala o texto.
para concluir, o ny times afirma que a f1 passa por uma revolução e que isso tem como consequência a chegada de pilotos mais jovens e inexperientes.
“a f-1 está passando por uma revolução diferente: no futuro, os pilotos talvez necessitem de experiência de corrida, mas o fator primordial para uma contratação será se o profissional for jovem e estiver em boa forma. a motogp já oferece um exemplo disso, com marc márquez, de apenas 20 anos, sendo campeão mundial recentemente”, encerrou.