M?gico
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m?gico gilles
texto de roberto brandão no site warmup.com.br
possuo um livro sobre a ferrari, cujo texto é de mauro forghieri, engenheiro da equipe por muitos anos. descreve em detalhes os modelos, suas qualidades, suas fraquezas, e também comenta sobre os pilotos com quem conviveu.
neste último tópico, o engenheiro tece rasgados elogios a niki lauda, por sua capacidade de diagnosticar o que ia mal num carro e também de indicar possíveis ajustes que quase sempre melhoravam seu desempenho, além de ser um piloto muito rápido e muito técnico.
quando chega no nome de gilles, ele muda o tom e comenta: ?com ele era muito difácil saber se o ajuste que fiz?ramos tinha trazido melhoras ou pioras. ?s vezes, analisando os dados que obt?nhamos do carro, tánhamos a impressão, até por outros referenciais, que não estava bom. o gilles ia lá e virava tempo por outras vezes, ao contrário, tánhamos a certeza de que o desempenho seria espetacular e o resultado era horrível com ele nunca dava para saber, pois se ele estava naqueles dias endiabrados, fazia tempo até de trator…?
o cara era assim mesmo: alternava lamban?as hist?ricas com corridas memor?veis. era totalmente imprevisável. não, minto: a única coisa previsável nele era sua imprevisibilidade. e o que ele fazia na pista...
quase ninguém consegue se esquecer de sua corrida no canad?, com apenas um dos ?bigodesó da ferrari e ainda virado para cima, numa pista escorregadia, trazendo emoção a cada freada ou tomada de curva. o carro balançava para tudo que era lado e o cara controlava no bra?o. uma atuação tão inesquecável, que tanto faz se ele venceu ou não: todos se lembram apenas dele, o m?gico.
em 1979, em monza, a ferrari fez dobradinha, com scheckter em primeiro e villeneuve em segundo. é chegada, a tradicional euforia dos tifosi tomava conta do autódromo, mas era gilles quem eles reverenciavam. depois da morte de peterson, foram colocadas diversas chicanes no circuito. como no brasil, foram constru?das é última hora e, portanto, eram apenas retalhos de grama, com zebras amig?veis, reduzindo a velocidade nas retas. gilles analisou e, contrariando a regulagem do companheiro, pediu suspensão e molas moles. durante a corrida, em vez de comportadamente fazer as chicanes, ele voava por sobre elas. um espet?culo impressionante
mas uma cena que me marcou aconteceu durante os testes de pneus, naquele mesmo ano de 79, em interlagos. nosso autódromo era utilizado pelas fábricas de pneus para a realização dos testes de inverno, preparatérios para o ano seguinte. duravam uma semana, no máximo. eu passava os dias lá, ?s vezes para assistir a poucas voltas de um só carro, ou muitas voltas de muitos. os treinos se arrastavam por todo o dia. mas aconteciam coisas que valiam a pena, como enganar a segurança e ficar nos boxes, por exemplo.
num desses dias, já amigo dos mecânicos da ferrari e um dos bicões das famosas macarronadas sobre os caixotes da equipe, vemos gilles subir a reta dos boxes muito, muito rápido, e se aproximando da curva 1 (era o tra?ado antigo), sem dar pinta de que iria reduzir ou frear. faz um leve punta-tacco, dá um tico de freio, sem tirar o po do acelerador, inclina o carro um pouco de lado e, sem nunca tirar o po, faz a curva, segue acelerando, faz a curva 2 e entra no retão como um foguete.
todos, nos boxes, ficam absolutamente parados, incr?dulos: acabavam de ver alguém realizar o impossível pilotos, chefes de equipe e mecânicos se aproximam da mureta a medida que o barulho dos 12 cilindros vai ficando mais perto. lá vem ele e faz de novo, ainda mais rápido carro derrapando nas quatro, motor rugindo e um festival de abraços, gritos e aplausos nos boxes.
quando, na volta seguinte, ele encostou o carro, os mecânicos da ferrari foram todos, todos mesmo, abra??-lo. arrancaram-no do carro de uma maneira que, no mínimo, lhe fraturou algumas costelas. carregaram-no para dentro dos boxes. a macarronada virou uma festa, e eu e mais uns penetras entramos nela. eram abraços, choros, risos e todos pedindo para ele contar de novo e de novo como havia feito aquilo.
esse era gilles. impressionante, imprevisável, m?gico. a paixão dos mecânicos e de alucinados como nés. era o cara capaz de fazer coisas sobre-humanas, realizar o impensável. não é ? toa que, com apenas seis vit?rias na carreira e nenhum tátulo, tenha uma estátua sua na sede da ferrari. se a fábrica não fizesse, os mecânicos fariam
abraços .
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tinha lido no grande prémio, belo texto.
eu gostaria muito de ter visto o gilles correr…
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eu vi e dá pra imaginar uma coisa: jacques villeneuve é filho do vizinho.
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mas o jacques é a c?pia do gilles … só não herdou o talento .
abraão .
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eu vi e dá pra imaginar uma coisa: jacques villeneuve é filho do vizinho.
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ou então filho do irmão do gilles, que era jacques também, e tão navalha quanto o sobrinho. tentou se alinhar umas vezes, mas não deu muito certo.
como não dá pra voltar no tempo e ver o gilles alinhar em jacarepagu?, tenho que me contentar com o youtube…
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o comendador não sorriria assim para jacques… gilles era um alucinado, e ainda assim era muito bom. h? quem diga que ele facilitou pro scheckter, a pedido da ferrari.[snapback]528296[/snapback]
isso aí não é especulação não, é fato
o comendador chegou no villeneuve em 1979 e disse: esse é do jody (scheckter), o próximo é seu. gilles acatou.
como os carros de 80 e 81 eram jacas ( e mesmo assim ele tirou leite de pedra das 312 t5 e 126 ck ), o tátulo ficou pra 82. mas infelizmente o destino não quis
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realmente houve o pedido pessoal do comendador porque scheckter já era um veterano e havia trabalhado bastante pela ferrari . gilles teria todo um futuro pela frente para conquistar seus tátulos . a diferença entre os dois em 79 foi de apenas 3 pontos e gilles facilitou para scheckter se aposentar com seu tátulo .
acredito que em 82 e 83 gilles seria campeão com facilidade , e se michele alboreto conseguiu o vice em 85 , gilles seria campeão com folga .
abraços .
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realmente houve o pedido pessoal do comendador porque scheckter já era um veterano e havia trabalhado bastante pela ferrari . gilles teria todo um futuro pela frente para conquistar seus tátulos . a diferença entre os dois em 79 foi de apenas 3 pontos e gilles facilitou para scheckter se aposentar com seu tátulo .
**acredito que em 82 e 83 gilles seria campeão com facilidade , e se michele alboreto conseguiu o vice em 85 , gilles seria campeão com folga .
abraços .
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sem dúvidas, o 126 c2 de 82 foi o melhor carro que a ferrari construiu nos anos 80.
que ironia do destino né, o melhor carro de uma dácada, praticamente aleijou um ?timo piloto (pironi) e matou um g?nio.**
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valeu…
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http://rapidshare.de/files/29528768/gilles.asf.html
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? o vêdeo do f1 tribute ???
abraão .