Helio pode ser expulso da indy, fala dirigente
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**victor martins
de são paulo**
os problemas de helio castroneves com a justiça norte-americana, mais precisamente relativos a dúvidas e suspeitas de sonegação fiscal e transações financeiras, perduram há quase quatro anos. a ponta do pavio do caso provavelmente se encontra em um processo que emerson fittipaldi moveu contra helio no início de 2005 pelo rompimento abrupto de um contrato entre ambos por parte do último, sem que o bicampeão da f-1 e campeão da indy participasse dos lucros.
a revista istoé reportou à época a ação judicial que fittipaldi ingressou em um tribunal de miami para reivindicar a fatia financeira a que teria direito do contrato que helio havia assinado com a penske em 1999 — inesperado, afinal roger penske procurou o então castro neves depois que greg moore, canadense da forsythe e já fechado com a penske para a temporada seguinte, acidentou-se fatalmente nas 500 milhas de fontana.
da mesma forma, helio jogou no limbo o acordo que tinha com emerson, seu empresário desde 1997, que tinha validade até 2004. à justiça, fittipaldi pediu us$ 2 milhões de restituição. e foi por meio do andamento deste processo que interrogações nas questões de impostos e remessas de dinheiro, envolvendo também a própria penske, vieram à tona.
os advogados de emerson argumentaram que helio pretendia cometer um crime fiscal ao romper o contrato mútuo. a resposta da defesa de castroneves foram nove processos contra fittipaldi. levado à corte de miami, as queixas foram consideradas sem mérito, mais em virtude da avalanche de ações. então emerson recorreu em instância superior, à corte da flórida.
o processo levantava suspeitas de uma série de irregularidades cometidas por helio, incluindo evasão de divisas e sonegação de impostos de acordo com as leis tanto dos eua quanto do brasil, além de lavagem de dinheiro. surgiu, então, o nome da panamenha seven promotion.
helio aliou-se à seven — uma empresa de marketing e publicidade, que cuidaria de sua imagem —, em abril de 1999, quando ainda era empresariado por emerson. que passou a ser, a tal seven, mais atuante com o vínculo do piloto com a penske. combinou-se entre as três partes — castroneves, seven e penske — que o salário de us$ 6 milhões pelas três temporadas seria dividido: us$ 1 mi, do acordo de piloto , cairia direto na conta de helio e os outros us$ 5 mi, do acordo de licença , seriam depositados na conta da seven em suaves 36 prestações de aproximadamente us$ 139 mil.
descobriu-se na investigação judicial que 1) as prestações nunca saíram da conta da penske; 2) a seven jamais realizou uma ação promocional para helio; 3) após o fim do contrato entre as partes, em julho de 2002, a companhia manteve o direito de uso sobre a imagem de helio por mais 31 meses, isto é, até fevereiro de 2006; 4) castroneves só recebeu os us$ 5 milhões em 2005, quando aquele contrato com emerson já não tinha, legalmente, mais valor algum.
no júri, tanto a penske quanto helio, por meio de seus advogados, sustentaram a tese de que não conheciam a seven. mas a equipe admitiu ter concordado em depositar as parcelas de us$ 139 mil na conta de uma empresa da qual não sabia procedência nem atividade. bem como o advogado revelou que representou a seven na assinatura do contrato com helio a pedido deste.
o advogado é alan miller. o mesmo alan miller envolvido até a tampa no indiciamento da corte federal da flórida.
aí apareceu na história a empresa holandesa, a fintage.
a fintage funcionaria como substituta da seven e, portanto, herdaria os us$ 5 milhões. a seven teria direito de receber us$ 400 mil por contrato. só cobrou us$ 24 mil, ou seja 6%. a diferença de us$ 376 mil seria paga, segundo miller, pelo banco fortis, que tem uma holding da qual a fintage faz parte. fintage que, como a seven, não fez nada pela imagem e pela promoção de helio.
com a acusação do episódio eclodindo na última quinta-feira, as peças foram se encaixando. a seven é, na verdade, uma empresa feita em prol de helio. foi criada em março de 1999 no panamá, sendo que o piloto detém todo seu capital, dirigida e controlada pelo próprio, por katiucia castroneves — sua irmã —, e outro membro próximo da família , não identificado. assim, cai por terra a defesa de miller na audiência em primeira instância de que desconhecia a seven.
miller, é bom dizer, também faz parte da castroneves racing, criada também em 1999, para cuidar da carreira do piloto. no papel, o advogado faz as vezes de secretário da empresa, administrada por katiucia, a tesoureira. a cnr, que virou llc — um híbrido entre uma sociedade anônima e uma limitada — em 2002, fica no delaware, um dos estados norte-americanos em que se pode operar offshores — sociedades comerciais localizadas fora da fronteira de um país que têm benefícios fiscais se apenas fizerem negócios no exterior, comumente estabelecidas em paraísos fiscais. tipo a seven.
o tal miller agiu nos bastidores assim que viu que a penske teria de arcar com os impostos da negociação do acordo de licença . sabedor das taxas, bem pomposas e significativas, que são requeridas pelo governo americano para remessa de dinheiro a uma offshore do panamá, o advogado instruiu a equipe a simplesmente não depositar as parcelas dos us$ 5 milhões na conta da seven.
acertou, então, com helio e katiucia de vender os direitos da seven para a fintage, para quem a penske passaria a fazer o pagamento.
o indiciamento também apresenta informações enganosas que principalmente o duo castroneves-miller executou para não pagar impostos. o advogado chegou a supor que houve disputas entre helio e a seven — sua própria empresa — e até que o piloto nunca teve interesse nem o controle da mesma. tais ações evitaram as taxas sobre os us$ 5 milhões do depósito da penske à fintage.
outra fraude é vista no preenchimento da declaração do imposto de helio entre os anos de 1999 e 2001 envolvendo a coimex, empresa brasileira que atua prioritariamente em comércio exterior e logística. a coimex patrocinou o piloto durante três anos em um contrato anual declarado de us$ 2 milhões. depositou a quantia na conta brasileira de helio, logo transferida para a da seven. aí agia katiucia, que devolvia us$ 1,8 milhão para a conta dos executivos da coimex. isto é, a parceria era de apenas us$ 200 mil. mais: a irmã tesoureira reenviou quase us$ 500 mil provenientes do acordo com a companhia para uma conta da família na suíça.
nos formulários, que nos eua são conhecidos como 1040 , não é declarado justamente um valor aproximado de us$ 500 mil do acordo com a coimex nem os us$ 5 milhões do acordo de licença entre a penske e a seven, considerando os três anos.
a sonegação de impostos continuou até 2004, daí constituindo os seis crimes relativos por cada ano. somado à conspiração para fraudar os estados unidos , totalizam sete. na última sexta-feira, com correntes nos pés e algemado, helio negou os crimes — do contrário já seria enjaulado — e teve de pagar uma fiança de us$ 10 milhões, sendo que us$ 8 milhões destes ainda serão pagos mediante termo assinado em júri.
uma nova audiência deve ser marcada para no máximo três meses, quando a corte determina a sentença ao trio, que pode ficar até 35 anos preso.
quanto ao processo de fittipaldi, a corte deu ganho de causa para helio por unanimidade, 3-0, no recurso. helio disse, em abril de 2005, após o resultado do julgamento algo no sentido de que não sei o que deu na cabeça do emerson . como piloto, foi excepcional. foi pioneiro, abriu as portas para os brasileiros no automobilismo mundial. mas como empresário, é muito ruim.
é, the house has fallen…
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acho que se tirassem todos os pilotos que sonegam imposto no brasil das pistas, as categorias ficariam com metade do grid.. hahahaha.. principalmente stock e truck…
procede???
procede não…...........
................... ia ficar com menos da metade do grid........
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maldita mania de querer dar uma de esperto…
tá ferrado agora.
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texto longo de mais…
resume aeh...