Diablo 90
-
alguns dizem que ele foi um dinossauro desde o nascimento. o tamanho, a falta de visibilidade, a absurda velocidade em linha reta e o desafiador comportamento dinâmico. a lamborghini estava em problemas quando começou a projetar o diablo, e isso se mostrou em inúmeros aspectos. mas ele também tinha muitos pontos a favor. o v12 era o centro de seu apelo, um monstro de 500 cv. o som fenomenal que ele fazia era tão politicamente incorreto quanto o carro em si, e isso é o que o diablo foi: um diabo da velha escola, que intoxicava tanto quanto enfurecia
revista inglesa octane
violentamente rápido e imponente, com desempenho monstruoso e visual ultrajante, mas prejudicado pela suspensão áspera, o câmbio com operação desagradável e a posição de dirigir muito ruim
revista inglesa autocar
em marcha-lenta, as vibrações do motor viajam pela parede de fogo [que separa a cabine do compartimento do motor] até suas costas. não há tentativa de ser sutil aqui: a potente aspereza do motor o faz saber que uma enorme quantidade de cavalos está a um toque do pé direito. (…) como que recebendo uma instantânea carga de adrenalina, todos os 12 cilindros explodem com um ronco gutural e entregam o que parece uma quantidade infinita de torque
revista norte-americana road & track
o interior era um pouco apertado, sobretudo para as pernas, e o acesso por baixo das portas-tesoura e sobre as soleiras era um tanto difícil. o ar-condicionado não servia para muita coisa, a alavanca de câmbio tinha uma posição talvez aleatória, o painel era horrível e a visibilidade traseira inútil
revista inglesa octane
quando se afunda o acelerador a,digamos, 160 km/h, o v12 urra, berra como um tiroteio em um desfiladeiro. e com esse urro vem uma vibração urgente, não de um motor desbalanceado, mas do puro empurrão do propulsor ao chassi tubular do diablo. é como um gigante tencionando os músculos, tremendo enquanto ele se estende
revista inglesa car
ele não chega perto de ser perverso como o countach, mas ainda exige habilidade e respeito. antes que possa encarar o diablo, você deve perceber que, em vez de tentar agradar por ser equilibrado e previsível, o 12-cilindros quer propor um desafio. ele dará satisfação apenas aos que puderem lidar com seus defeitos. o diablo certamente fez meus olhos brilharem mais que qualquer outro carro que eu tenha dirigido por muito, muito tempo
revista inglesa car
não era para os fracos de coração: era uma besta a ser domada por um verdadeiro homem. apesar da largura de seus pneus traseiros, rápidas saídas muitas vezes os deixavam fazendo fumaça, a tal ponto em que era quase impossível dar todo acelerador ao diablo até que ele estivesse em terceira marcha, bem acima de 110 km/h
revista inglesa octane