A batata tá assando
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em depoimento durante o julgamento de helio castroneves na corte de miami, o advogado peter yanowitch afirmou que o brasileiro é dono da seven, empresa panamenha tida como laranja pelo governo dos eua.
yanowitch contou que participou das negociações do piloto com a hogan em 1999. de acordo com o advogado, ao assinar o contrato, castroneves pediu para a equipe depositar o dinheiro a que tinha direito na conta de uma empresa a qual se dizia dono - no caso, a seven.
a promotoria alega que a companhia foi criada para burlar o imposto de renda norte-americano. já a defesa garante que a empresa pertencia a helio castroneves pai, que bancou e teve todos os gastos com a carreira do filho, e nenhum dinheiro que a seven deveria receber não eram taxas relativas ao representante da penske.
ao blog victal, em 15 de outubro do ano passado, o pai de helio disse que nunca tinha ouvido falar da seven.
a seven, uma empresa de marketing e publicidade que cuidaria da imagem do piloto, foi criada em abril de 1999. no acordo entre castroneves e penske, em 2000, ficou combinado que o salário de us$ 6 milhões pelas três temporadas seria dividido: us$ 1 mi, do acordo de piloto , iria direto para a conta de castroneves e os outros us$ 5 mi, do acordo de licença , cairiam na conta da seven em 36 prestações de cerca de us$ 139 mil.
o processo averiguou que, contudo, o dinheiro nunca saiu da conta da penske — por indicação do advogado alan miller, outro indiciado no processo—, a seven nunca fez nada por helio, e o piloto só recebeu os us$ 5 milhões em 2005. porém, a defesa alegou durante o julgamento que castroneves nunca recebeu um centavo dessa quantia.
é válido salientar que a companhia panamenha tem um nome das pessoas da composição diretiva omitido no indiciamento. aparece como membro próximo da família ao lado dos irmãos helio e katiucia.
os us$ 5 milhões foram parar na conta de outra offshore, a holandesa fintage, substituta da seven. para todos os efeitos, a seven vendeu seus direitos à fintage. o dinheiro caiu diretamente, sem pagamento de impostos por parte da penske, novamente por ação de miller. o advogado chegou a supor que houve disputas entre helio e a seven e até que o piloto nunca teve interesse nem o controle da mesma.
fraudes também são vistas no preenchimento da declaração do imposto de helio entre os anos de 1999 e 2001 envolvendo a coimex, empresa brasileira que atua prioritariamente em comércio exterior e logística. a coimex patrocinou o piloto durante três anos em um contrato anual declarado de us$ 2 milhões. depositou a quantia na conta brasileira de helio, repassada para a da seven. aí atuava katiucia, que devolvia us$ 1,8 milhão para a conta dos executivos da coimex — isto é, a parceria era de apenas us$ 200 mil. a irmã reenviou quase us$ 500 mil provenientes do acordo com a companhia para uma conta da família na suíça.
nos formulários, que nos eua são conhecidos como 1040 , não são declarados justamente um valor aproximado de us$ 500 mil do acordo com a coimex nem os us$ 5 milhões do acordo de licença entre a penske e a seven, considerando os três anos.
castroneves, ao lado de katiucia e miller, é acusado de seis crimes de sonegação de impostos cometidos entre 1999 e 2004 — um por cada ano —, além de uma conspiração fraudulenta contra os estados unidos. se forem condenados, os réus podem pegar até 35 anos de prisão. o julgamento, na flórida, deve durar ainda de três a cinco semanas.
tá mais sujo que pau de galinheiro. duvido que ele se safe dessa.