A mina da inspeção veicular
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lnassif, uma dica forte para falarmos dos absurdos na terceirização:
a controlar vai inspecionar, este ano, cerca de 2,6 milhões de veículos em são paulo, a uma taxa de r$ 52,73 que ficará integralmente com a empresa.
isto dá aproximadamente r$ 137 milhões de faturamento em um ano.
para manter 4 ou 5 unidades em são paulo, com equipamentos que nem são de última geração, qualquer um pode oferecer um serviço muito mais barato.
eu sou apenas um consultor de ti, mas se eu fosse esperto e tivesse lido o edital desta concorrência, eu teria conseguido uns 10 milhões com o bndes e montado uma empresa melhor estruturada e ganho a concorrência com uma tarifa menor.
a empresa recebe a taxa recolhida antes de executar o serviço: inadimplência zero.
os contribuintes tem de agendar data de hora para a revisão: gargalo no atendimento zero.
os contribuintes tem prazo escalonado para fazer a inspeção (de acordo com o final da placa): fluxo de caixa garantido.
não há ponto ruim para a controlar, não há risco, não há absolutamente nada a se preocupar, a não ser cumprir os prazos e manter um serviço de call-center e um site meia-boca em funcionamento.
a margem de lucro da empresa deve ser astronômica, e para maquiar isto, a alternativa mais óbvia é a aquisição de equipamentos a preços superfaturados. como são equipamentos de aplicação bastante restrita, falsear preços torna-se fácil. principalmente a parte que é importada, que já pode servir facilmente para evadir divisas. superfatura-se lá fora, faz-se o pagamento daqui para lá, esvaziando os lucros aqui (sonegação de ir) e gerando riqueza no exterior, onde rastrear torna-se bem mais difícil.
tem mais:
a grana a ser devolvida aos aprovados na inspeção sairá dos cofres da prefeitura, ou seja, dinheiro público que é gerado pelos impostos de todos os cidadãos. ou seja, quem não tem carro ou tem carro mais antigo do que 2003 está subsidiando a inspeção veicular de quem tem carro novo.
outro aspecto:
quem controla a controlar? para ela, aprovar ou reprovar o veículo torna-se indiferente.
embora a possibilidade de extorsão por parte dos inspetores ou corrupção por parte dos motoristas existir em qualquer situação, do ponto de vista da terceirizada não gera nenhum problema.
se o processo fosse feito pelo próprio município, existiria uma necessidade maior de supervisão do processo, pois o cofre que arrecadaria a taxa seria o mesmo que reembolsaria, ou seja, o ‘cafezinho’ para liberar um veículo irregular causaria prejuízo direto, não a terceiros.
bom… isto é um começo. podemos explorar muito mais este tema.
quem será que é o político dono dessa (des)controlar?
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lnassif, uma dica forte para falarmos dos absurdos na terceirização:
a controlar vai inspecionar, este ano, cerca de 2,6 milhões de veículos em são paulo, a uma taxa de r$ 52,73 que ficará integralmente com a empresa.
isto dá aproximadamente r$ 137 milhões de faturamento em um ano.
para manter 4 ou 5 unidades em são paulo, com equipamentos que nem são de última geração, qualquer um pode oferecer um serviço muito mais barato.
eu sou apenas um consultor de ti, mas se eu fosse esperto e tivesse lido o edital desta concorrência, eu teria conseguido uns 10 milhões com o bndes e montado uma empresa melhor estruturada e ganho a concorrência com uma tarifa menor.
a empresa recebe a taxa recolhida antes de executar o serviço: inadimplência zero.
os contribuintes tem de agendar data de hora para a revisão: gargalo no atendimento zero.
os contribuintes tem prazo escalonado para fazer a inspeção (de acordo com o final da placa): fluxo de caixa garantido.
não há ponto ruim para a controlar, não há risco, não há absolutamente nada a se preocupar, a não ser cumprir os prazos e manter um serviço de call-center e um site meia-boca em funcionamento.
a margem de lucro da empresa deve ser astronômica, e para maquiar isto, a alternativa mais óbvia é a aquisição de equipamentos a preços superfaturados. como são equipamentos de aplicação bastante restrita, falsear preços torna-se fácil. principalmente a parte que é importada, que já pode servir facilmente para evadir divisas. superfatura-se lá fora, faz-se o pagamento daqui para lá, esvaziando os lucros aqui (sonegação de ir) e gerando riqueza no exterior, onde rastrear torna-se bem mais difícil.
tem mais:
a grana a ser devolvida aos aprovados na inspeção sairá dos cofres da prefeitura, ou seja, dinheiro público que é gerado pelos impostos de todos os cidadãos. ou seja, quem não tem carro ou tem carro mais antigo do que 2003 está subsidiando a inspeção veicular de quem tem carro novo.
outro aspecto:
quem controla a controlar? para ela, aprovar ou reprovar o veículo torna-se indiferente.
embora a possibilidade de extorsão por parte dos inspetores ou corrupção por parte dos motoristas existir em qualquer situação, do ponto de vista da terceirizada não gera nenhum problema.
se o processo fosse feito pelo próprio município, existiria uma necessidade maior de supervisão do processo, pois o cofre que arrecadaria a taxa seria o mesmo que reembolsaria, ou seja, o cafezinho para liberar um veículo irregular causaria prejuízo direto, não a terceiros.
bom… isto é um começo. podemos explorar muito mais este tema.
quem será que é o político dono dessa (des)controlar?
alguma empresa de algum filho de algum parente de varios politicos…