Coluna alta roda é hyundai com mais força
-
fotos: divulgação
entre as trajetórias mais surpreendentes dos últimos anos está a do grupo sul-coreano hyundai, que possui 34% das ações da kia, mas controla a marca por meio da mesma família proprietária, a chung. no ano passado, o grupo produziu quase sete milhões de unidades de automóveis e veículos comerciais, atrás apenas de gm, toyota e volkswagen.
o país asiático de 50 milhões de habitantes é o exemplo de como investimentos maciços na educação transformaram uma nação dividida e pobre em desenvolvida ao longo de menos de 50 anos. e continua a crescer, haja vista estradas e conjuntos de edifícios em construção ao redor da capital seul.
fundada em 1967, a companhia começou montando carros da ford e depois fabricou produtos baseados em mecânica mitsubishi. seu primeiro modelo próprio, o compacto pony, é de 1974 e o primeiro motor, de 1991. são nada modestos ao comentar que suas referências atuais em qualidade transferiram-se das marcas japonesas para as principais europeias.
a expansão internacional da hyundai impressiona. cerca de 60% de sua capacidade produtiva total situa-se fora da coreia, incluindo china e eua. no brasil, a fábrica de piracicaba (sp) está dimensionada para 150.000 unidades em dois turnos, onde começa a produzir em outubro. o acordo de importação com o grupo caoa continua, além da produção em anápolis (go) do suv tucson e dos caminhões leves hr/hd. no entanto, a nomeação de novas concessionárias será de responsabilidade dos coreanos. lojas próprias da caoa respondem, hoje, por 70% das vendas atuais da marca.
o foco da empresa é o mercado brasileiro, sem preocupação inicial em exportar para os países vizinhos. tanto que produz na índia dois modelos pequenos, i10 e eon, e ainda assim decidiu desenhar um carro específico para o brasil, com nome a ser anunciado em breve.
no centro de desenvolvimento de namyang, a 60 km de seul, alguns jornalistas puderam ver o carro pronto, faltando apenas pormenores como a superfície do volante de direção. embora nada comentassem sobre arquitetura e dados técnicos do carro, sua origem é o kia picanto/i10, um subcompacto de dimensões internas e externas próximas às de um gol, por exemplo. distância entre eixos e comprimento do picanto (2,38 m/3,60m ante 2,46 m/3,90 m do gol) são inferiores, mas não chegam a comprometer o espaço para joelhos e cabeça atrás. volume do porta-malas é bom (225 litros), porém não igual ao de um compacto como o uno (280 litros).
o estilo do hyundai brasileiro é bastante atual e difere tanto do picanto como do i10. internamente, painel e quadro de instrumentos são específicos, de desenho agradável, além de um bom porta-luvas. a versão mostrada foi a de topo e inclui recursos como regulagens de altura e distância do volante, além do assento do motorista, e bom apoio para o pé esquerdo.
haverá dois motores, ambos flex: 1,0 l, 3 cilindros (picanto) e o 1,6 l, 4 cilindros (cerato/soul). em curta avaliação, o motor de três cilindros demonstrou disposição para acelerar, sonoridade agradável, mas não tão suave como um quatro-cilindros. direção e suspensões ficam dentro dos melhores padrões do segmento. o preço, obviamente, continua em segredo até o lançamento. com certeza estará abaixo de r$ 29 mil. o sedã vem no começo de 2013, seguido por versão ?aventureira? do tipo crossfox. o suv ou crossover derivado ainda está por definir.
roda viva
apesar de ter acontecido o melhor junho da história é 353.200 unidades vendidas entre carros e veículos comerciais é ainda não dá para saber como será o segundo semestre. parte do bom resultado se deve a unidades que não puderam ser emplacadas no fim de maio logo depois da redução do ipi. fenabrave (concessionárias) acha que, no máximo, haverá empate com 2011 e anfavea prefere esperar para revisar sua previsão de crescimento.
existe consenso entre analistas de que condições atuais de imposto menor precisam ir além de 31 de agosto. isso para que o segundo semestre alcance média de pelo menos 330.000 unidades mensais e o fechamento de 2012 empate com o ano passado. em junho estoques totais caíram de 43 para 29 dias e índice de inadimplência deu sinais de queda. assim, o ano não parece perdido, apesar dos tropeços até agora.
compra dos restantes 50,1% das ações da porsche holding pela volkswagen muda pouca coisa na prática. fusão das duas empresas já havia acontecido na prática, mas não de direito. ocorre que a porsche se, nível acima na estrutura acionária e de propriedade das duas famílias que controlavam diretamente a marca de carros esporte, continua com 50,7% do novo grupo.
câmbio manual automatizado, agora disponível no crossfox i-motion, trouxe o conforto de uso no dia a dia do trânsito que faltava na versão aventureira do fox. demora em tornar disponível a opção deveu-se a testes para o uso leve no fora de estrada. em qualquer das duas situações o comportamento do câmbio é muito bom e tende a ter mais aceitação pela relação preço-comodidade.
contatos do autor: [email protected] e www.twitter.com/fernandocalmon