A oficina do futuro
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foto: divulgação
como será o carro do futuro? essa é uma questão que ouço muito, desde que comecei a escrever sobre automóveis. lembro de quando era criança, em que muitos acreditavam que os carros iriam voar e seriam tais como no desenho dos jetsons. ma isso não ocorreu. carro é carro e asas são para avião. se o carro voar, deixa de ser carro e vira aeronave.
o modelo atual de automóvel não vai mudar tão cedo. ainda será um veículo de rodas (pode variar entre uma a centenas, mas ainda com rodas), com suspensão, propulsor (a combustão interna ou elétrico; movido a gasolina, diesel, etanol ou eletricidade, célula de combustível, ou ainda ambos), volante, freios etc., e o principal: controlado por computador.
logo os veículos serão autômatos e a interferência do ser humano na condução será mínima. isso em prol da segurança. o objetivo é acabar com as mortes por acidente de trânsito. o que leva a questão do título deste boletim: a oficina do futuro.
atualmente, bilhões de dólares estão sendo gastos em pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias, e muitas já estão prontas mas ainda não ?amadureceram? para o mercado. é fascinante como conseguimos desenvolver tecnologia com mais agilidade do que os nossos bolsos conseguem comprar. também pudera: quem ganha bilhões de dólares por ano para poder adquirir tudo isso e equilibrar a balança dos gastos investidos?
uma pena, pois o mundo seria muito melhor se isso não fosse entrave. mas voltando ao tema, o carro e a oficina do futuro já foram projetados e existem de certa forma, se considerarmos que todas as inovações tecnológicas chegam primeiro nos veículos premium, aqueles que a maioria das pessoas vêem nas reportagens, televisão e quando muito, no salão do automóvel, que este ano ocorre de 24 de outubro a 4 de novembro, aqui em são paulo.
notícia que chegou semana passada divulgada pela bmw conta que a marca passa a disponibilizar aos clientes o serviço chamado bmw teleservices, capaz de diagnosticar e informar à bmw sobre algumas necessidades de assistência que os veículos possam apresentar, antes mesmo de demonstrar qualquer sinal de advertência aos proprietários.
é o início do big brother automotive brasil. funciona assim: o veículo identifica e transmite imediatamente a informação relativa ao tipo de assistência necessária ao concessionário bmw por meio de uma chamada bmw teleservices. ao receber o chamado, o consultor bmw verifica os serviços que devem ser executados no veículo, verifica a disponibilidade das peças para a execução e logo entra em contato com o cliente para efetuar o agendamento da sua visita em uma concessionária mais próxima.
mas como o carro liga pra concessionária? simples: usa o celular do cliente como o canal de transmissão de dados via conexão bluetooth. assim, o sistema monitora ativamente todo o comportamento do carro baseado nas condições de uso (serviço de troca de óleo, pastilhas de freio, manutenção periódica expirada, controle e emissões, velas, microfiltro, a/c, etc.), além das mensagens de avaria do veículo disponíveis no check-control.
se por um lado isso é novidade aqui, lá fora já existe desde 2007. e uma hora essa tecnologia vai chegar no gol e voyage, que a volkswagen acaba de fazer um facelift e dar a mesma cada de fox e polo. ai, caros amigos leitores, pode aposentar o scanner, tal como você conhece hoje.
mas alexandre, e agora? calma. isso ainda está longe de acontecer, e quando acontecer, haverá muito gol, voyage, celta, uno e outras ?baratinhasó para serem reparadas. o importante é começar a prestar atenção para o futuro, pois 20 anos passam rápido demais. apesar de ainda existir carburador, quem se lembra de como ele funciona e para quê? (mas fica aqui uma dica: se por acaso a inspeção ambiental veicular chegar à cidade, volte a estudar o tema, pois com certeza aparecerão centenas de preciosidades na oficina).
bom, fica claro que o processo de diagnose será diferente. atualmente, já é. em muitos modelos 2011 e 2012, o scanner só lê as informações básicas do carro. e, logo mais, nem isso será possível, a não ser que você tenha uma senha de acesso. como? muito simples: o scanner será apenas um aparelho intermediário, sendo que o importante mesmo é o programa que faz tudo funcionar.
e esse programa vai estar lá nas nuvens, em um ambiente invisível, chamado de cloud computing e, para ter acesso, só com autorização do criador, ou seja, a montadora. mas, e ai? como fazer o correto diagnóstico, se as ferramentas tecnológicas estarão todas nas mãos da montadora? essa é a pergunta de um bilhão de dólares.
fonte: blog reparador online (www.reparadoronline.blogspot.com)