Quem perde mais?
-
o que já se esperava aconteceu nesta terça-feira: a ferrari confirmou que felipe massa será piloto da equipe por mais uma temporada. será a oitava do piloto na scuderia, sendo a quarta como companheiro de fernando alonso.a notícia foi comemorada pela mídia pachequista. mas será que realmente temos o que comemorar com esta notícia? vejamos uma rápida análise.o brasileiro voltou às pistas no gp do bahrein de 2010. era seu retorno às competições depois de vários meses de recuperação após seu gravíssimo acidente na hungria. e era a primeira vez que tinha o espanhol como companheiro de equipe.nos anos que se sucederam à saída de michael schumacher da f1, felipe até trabalhou como segundo piloto, ajudando kimi räikkönen ser campeão mundial em 2007. no ano seguinte, foi ele que teve toda a tenção do time, quando perdeu o título na última curva da última volta da última corrida da temporada.o ano de 2009 foi uma espécie de tira-teima. a ferrari não tinha um carro em condições de brigar pelo mundial, então não havia definido quem era o primeiro piloto. e isso se expressava nos resultados, ora um sendo melhor, ora o outro.não funcionaria assim com alonso. acostumado a ser tratado sempre como o piloto principal, o espanhol seguiu para maranello, em 2010, sabendo que teria todas as vantagens e pronto a fazer de massa um fiel escudeiro. a prova disso foi sua atitude na entrada do pit lane no gp da china. ali, ficou evidente qual seria o papel do brasileiro pelo restante do contrato.o gp da alemanha daquele mesmo ano explicitou o que os entendedores do assunto já tinham percebido. massa não brigaria por na f1 enquanto estiver ao lado de fernando. ou melhor, atrás.
e, desde aquele, dia o brasileiro tem se comportado exatamente como rege as ordens por trás das câmeras. deve ser o piloto que ajude fernando sempre que for possível e, em hipótese alguma, deve, sequer, disputar com o espanhol.não venham me dizer que a atitude de massa na coréia foi uma forma dele demonstrar que poderia passar fernando. não poderia e nem o faria, mesmo que o companheiro não estivesse brigando pelo título. a aproximação dele em relação ao bicampeão mundial durante a corrida se deu porque este quis, nada mais do que isso. ele sabia que não seria ultrapassado, então sua posição na corrida era confortável.para provar o que digo, é só ver pelos números: a última vez que o brasileiro foi permitido chegar a frente do espanhol, quando os dois completaram a prova, foi no gp da china de 2011. e não venham me dizer que se trata de falta de sorte. ninguém vive uma fase tão ruim por tanto tempo.não o crucifico, quero deixar claro. mas, não o respeito. felipe não é uma mau piloto, pelo contrário. não acho que alguém que, mesmo por alguns segundos, tenha sido campeão mundial, seja ruim. porém, meu desgosto para com ele é aceitar tal subordinação. parece-me falta de dignidade. e isso é o que mais admiro em um esportista.a verdade é que não sei quem perde mais nessa história. continuar como escudeiro de fernando só mancha sua carreira e o impede de mostrar seu talento em outra equipe e voltar a brigar por vitórias. a sauber seria uma ótima oportunidade, mas ele preferiu a ferrari.para a ferrari, deve ser mais um ano sem qualquer caneco. afinal, a 'recuperação' do brasileiro na temporada é algo pontual. em março, veremos um massa como o vimos desde que voltou do acidente: apático.