Coluna alta roda é respeito às diferenças
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foto: marcus lauria / ford fusion
interessante constatar como os fabricantes mudam suas estratégias mercadológicas e técnicas de continente a continente. marcas europeias e orientais, por exemplo, tratam de desenvolver modelos com dimensões generosas para vender nos eua. atender a cultura do segundo maior mercado do mundo (só perdeu a liderança para a china há três anos) implica fazer concessões ao peso do veículo e maior consumo de combustível em troca de espaço interno.
isso está mudando porque a gasolina encareceu nos eua e o governo estabeleceu metas rigorosas de economia para os próximos anos. a ford foi das primeiras a reagir. deu uma guinada a fim de procurar aproximar ao máximo possível todos os novos projetos mundiais, pois consumo de combustível e emissões de co<sub>2</sub> são irmãos siameses.
o novo fusion demonstra os novos tempos. esse sedã médio-grande, em exceção parcial àquela regra, era um pouco menor que a sua contraparte vendida na europa com o nome de mondeo. agora, cresceu cerca de três cm em comprimento, largura e altura. estilo e dimensões são os mesmos dos dois lados do atlântico.
na versão de topo, titanium, o motor v-6 aspirado foi substituído por um quatro-cilindros turbo com injeção direta de 2 litros/240 cv/34,7 kgf·m. assim, o carro chegará ao brasil, em dezembro, por r$ 112.990, incluindo tração nas quatro rodas e teto solar. preço dos mais competitivos por vir do méxico sem imposto de importação e ipi extra. a partir da produção do novo fiesta hatch, em são bernardo do campo (sp), já no início de 2013, a ford aliviará sua cota de importação mexicana, concentrando-a no fusion. em março, estreia o motor de 2,5 l/175 cv, flex, tração dianteira, preço estimado em r$ 85.000.
espaço interno, em especial no banco traseiro, é um dos destaques, além do silêncio de rodagem ao incluir para-brisa acústico. a marca optou por distância entre eixos 12 cm maior (igual à do mondeo), mas sacrificou o porta-malas em cerca de 80 litros (agora, 453 l), em parte pelo desenho da traseira. em compensação, o coeficiente aerodinâmico evolui de 0,33 para 0,27, um dos melhores do segmento, o que resultou em consumo cidade/estrada de 9,1 km/l (gasolina).
o fusion recebeu um grande pacote de equipamentos, em especial de segurança. controle ativo de velocidade de cruzeiro, comutação automática farol alto/baixo ao cruzar com outro veículo, monitoramento de pontos cegos, alertas para tráfego cruzado em marcha à ré, de sonolência e de invasão de faixa, além de airbags de joelho para motorista e passageiro (oito bolsas, no total) são alguns. sistema de estacionamento automático também é novidade.
sua dirigibilidade impressiona, a começar pela direção de assistência elétrica que absorve pequenas vibrações dos pneus e tem controle ativo de deriva. em ruas de los angeles (eua) não deu para avaliar o comportamento em curvas velozes, mas a nova suspensão traseira independente de quatro braços traz o refinamento europeu antes inexistente.
apesar do peso extra do sistema de tração 4×4, o motor dá conta do recado. a ford decidiu manter o limite eletrônico de 180 km/h de velocidade máxima (na europa, 240 km/h). ou seja, em quase tudo carros iguais, mas respeitadas certas diferenças.
roda viva
bmw, finalmente, anunciou a fábrica brasileira em araquari (sc). esta coluna antecipou, pelo twitter, a decisão tomada pela diretoria em munique há 14 meses. como havia negociações à frente, a filial brasileira foi obrigada a negar a informação. investimento de pouco mais de r$ 500 milhões, início de vendas em 2014 e produção inicial do suv compacto x1.
mercedes-benz anunciará, até o final do ano, a fábrica no brasil para produzir o futuro suv derivado do compacto classe a. decisão inevitável, depois do passo adiante da arquirrival bmw. tudo indica que a unidade estará no mesmo complexo da nissan, em construção em resende (rj). só falta o retorno da audi para estabelecer aqui o trio de ferro alemão.
depois de experiências de estilo pouco brilhantes, a gm acertou com o onix. novo compacto hatch chevrolet, em pré-estreia no salão do automóvel de são paulo, agradou também por suas dimensões internas e painel bem elaborado. arquitetura é a mesma gsv, do sonic. vendas começam em novembro próximo. o sedã, primeiro trimestre de 2013.
nome é trocadilho com tiguan, mas o taigun, revelado no salão, dá ótima pista de como será o primeiro suv compacto que a vw produzirá no brasil, em 2014. motor será o tsi, turbo e injeção direta, três cilindros, 1 litro/110 cv, na versão flex. pelo menos o motor feito aqui foi confirmado por ulrich hackenberger, vice-presidente executivo do grupo vw.
grupo gandini, importador kia, estuda alternativas para fabricar algum modelo no brasil a fim de atenuar fortes restrições do regime automobilístico a quem não produz localmente. porém, restrições legais e estratégicas, dentro do grupo sul-coreano, impedem uso compartilhado da nova fábrica da hyundai em piracicaba (sp).
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