Coluna alta roda é negócios da china
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foto: marcelo silva / jac j2
a competição no mercado brasileiro não se faz mais apenas com lançamentos de automóveis, mas também ampliações e novas instalações industriais. semana passada, enquanto o grupo shc, de sérgio habib, assentava a pedra fundamental da fábrica de camaçari (ba) para 100.000 unidades/ano, já circulavam rumores de que o grupo caoa, de carlos andrade, anunciaria, nas próximas semanas, investimento para aumentar a capacidade instalada (mais 60.000 veículos/ano), em anápolis (go), para produção de três novos modelos da hyundai, um deles o ix35.
a ousadia de habib já é conhecida. apostou numa marca chinesa desconhecida e se preparou para a mudança dos ventos que se delineava. planejou a guinada de simples importador para industrial, além de convencer a jac motors a acompanhá-lo, inicialmente com apenas 20% e agora com 34% de um desembolso total de r$ 1,2 bilhão. os 3.500 novos empregos diretos da cidade baiana se juntam aos 10.000 do pioneiro complexo da ford, recém-ampliado para 300.000 unidades/ano.
a fábrica estará pronta no final de 2014 e, conforme a coluna antecipou, produzirá os sucessores da atual linha j3, hatch e sedã, além da versão aventureira do hatch. o carro terá dimensões maiores, estilo todo novo e lanternas traseiras de desenho ousado.
para agitar a cerimônia, em geral insossa, o executivo resolveu parodiar a iniciativa da cidade americana de tulsa que, em 2007, desenterrou um plymouth belvedere depois de 50 anos. agora, enterrou um dos primeiros j3 de teste, com mensagens e objetos atuais no interior. pretendia mandar recuperar essa cápsula do tempo também em meio século, contudo reduziu para 20 anos, a pedido do governador jaques wagner.
habib é mestre dos números. mostrou estudo comparando o preço, em dólares, de um corolla no brasil, eua, alemanha, china e japão. para equilibrar o poder aquisitivo, mostrou quantas unidades de big macs, jeans levi?s, tv lg, revista automobilística e valor do frete eram necessárias para adquirir o mesmo veículo em cada país. apesar de câmbio desfavorável e os maiores impostos do mundo, o carro produzido aqui aparece em posição intermediária nessa comparação, ao contrário de análises alopradas. para ele, ?somos um país caro, em tudo?.
simultaneamente, a empresa lançou o simpático subcompacto j2 que recebeu mais de 300 modificações específicas para o brasil. o motor é o de 1,35 litro/108 cv, em substituição ao vendido na china com apenas 1 litro. versão única e completa sai por r$ 30.990 e inclui vidros elétricos nas quatro portas, volante com regulagem de altura, direção de assistência elétrica e ar-condicionado, entre outros. apesar de possuir sensor de estacionamento traseiro, não há sustentação para o protetor de bagagem (porta-malas de 120 litros) e nem tampa do porta-luvas.
ao rodar em cidade exige poucas trocas de marcha pois a massa do j2 é de apenas 915 kg. ótimo para estacionar, com apenas 3,53 m de comprimento (1 cm menos que o fiat 500). a agilidade ao ultrapassar em estrada é sua característica, porém em velocidades mais altas surge certa imprecisão direcional. a visibilidade dos instrumentos precisa melhorar a exemplo de outros modelos da marca.
roda viva
presidente da aliança renault nissan, carlos ghosn, havia comentado, poucos dias antes de habib, a questão dos preços no brasil. chamou atenção para altos custos e impostos. afirmou que margens de lucro aqui se assemelham às de europa e japão. disse ainda que, entre países emergentes, rússia tem operações mais rentáveis do que no brasil.
fusca perdeu algumas ligações com o carro original, mas evoluiu graças ao competente trem de força (motor turbo, 200 cv, câmbios manual e automatizado de dupla embreagem, seis marchas), suspensão e interior. posição de dirigir é impar e visibilidade à frente melhorou pela coluna dianteira reposiocionada. preços: r$ 76.600 a r$ 80.990.
volkswagen lança agora sedã-cupê reformulado cc, seu automóvel topo de linha, por r$ 208.024. tração nas quatro rodas, motor v6/300 cv/35,6 kgf.m e câmbio automatizado de dupla embreagem. há recursos sofisticados: assistência ao estacionar em vagas paralelas e perpendiculares, detector de fadiga e abertura do porta-malas sem usar as mãos.
ecosport é o primeiro veículo nacional com caixa automatizada (seis marchas) de duas embreagens, a partir de r$ 63.390. por enquanto, só motor 2.0/147 cv. três bons recursos: ?creeping?, desacoplamento da embreagem em neutro e modo esporte. pesa 20 kg menos e até 10% mais econômica que automática convencional. trocas são rápidas, suaves e seleção manual no pomo da alavanca, prático.
versão 4×4 do ecosport (começa em r$ 66.090) estreia caixa manual de seis marchas. único motor disponível será sempre o 2-litros. evoluiu em relação ao sistema anterior de acoplamento do eixo traseiro sob demanda. agora tração nas quatro rodas é permanente, gerenciada por diferencial eletrônico, o que melhora desempenho fora de estrada.
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