Sérgio sanderson é o primeiro fotógrafo brasileiro a levar um troféu fim fair play
-
fotos: divulgação
tudo começou na 6ª etapa do campeonato brasileiro de motovelocidade, o moto 1000 gp, realizada no autódromo internacional de santa cruz do sul, no dia 20 de outubro de 2013, quando o fotógrafo sérgio sanderson salvou a vida do piloto alex pires.
após uma queda, a moto da equipe center moto racing team, começou a pegar fogo, com o piloto alex pires caído ao lado, muito próximo das chamas e sem condições de sair sozinho devido às fortes dores. foi neste momento que fotógrafo sérgio sanderson, contratado pela organização do moto 1000 gp, correu até o piloto e o arrastou para longe do fogo.
o caso foi levado à fim (federação internacional de motociclismo) por firmo henrique alves, presidente da cbm (confederação brasileira de motociclismo), o que resultou na homenagem ao fotógrafo com o troféu fim fair play, que lhe será entregue, no dia 1 de dezembro deste ano, na assembleia geral e cerimônia de gala da entidade em monte carlo, mônaco. neste evento haverá um simpósio internacional tratando de segurança nas pistas e ações voluntárias no motociclismo esportivo.
“nós temos que valorizar atitudes como essa. levei até a fim tudo o que aconteceu, pois merece reconhecimento. sanderson é um exemplo. além de grande profissional demonstrou heroísmo se colocando em risco para salvar a vida do piloto. ele é merecedor dessa homenagem e acho que todo esse fato ocorrido mostra um pouco da alma do motociclismo no brasil”, diz firmo alves, presidente da cbm.
esta é a primeira vez que um brasileiro é agraciado com o troféu fair play dentre os nove oferecidos pela fim, cujos outros contemplados foram o francês patrick igoa, em 1986, os italianos virginio ferrari e roberto rolfo, em 1992 e 2004, o norueguês stig ingebergersen, em 1994, o estoniano jüri makarov, em 1996, e o chileno carlo de gavardo, em 1997, além do clube polonês sparta-aspro, em 1992, e do grupo britânico riders for health, em 1993.
“ele não pensou, apenas correu lá e retirou o piloto do fogo. o reconhecimento da fim ao ato de heroísmo do sanderson mostra que o mundo está atento ao brasil. antes, o que acontecia no país passava despercebido”, diz gilson scudeler, promotor do moto 1000 gp.
“fiz o meu papel, que no meu ponto de vista está 100% correto. na hora não pensei em normas, no evento, em nada disso. aquele momento me marcou muito, meu impulso foi tão forte que não usei a racionalidade, usei a alma. depois que tudo acabou, com o piloto bem, chorei por cerca de meia hora. não conseguia parar de chorar”, declara sanderson, que tem mais de 30 anos de experiência como fotógrafo de corridas de carros e motos.
“eu estava caído e sem sentir a perna. não queria me mexer, a preocupação era com a coluna, só o que eu pensava era em algum dano à coluna. tenho certeza que o sanderson não me viu como piloto naquele momento, mas como um ser humano em perigo. provavelmente por isso ele tenha vencido a resistência da regra de ninguém tocar no piloto até a chegada de um médico”, comenta alex pires, piloto da equipe center moto racing team, salvo pelo fotógrafo.