Coluna alta roda “ otimismo exagerado
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foto: divulgação
o aguardado primeiro plano estratégico quinquenal da fca (fiat chrysler automobiles) foi anunciado em detroit, semana passada. sergio marchionne, presidente do grupo, não escolheu os eua à toa para anunciar suas ambiciosas metas 2014/2018. afinal, a antiga chrysler lcc aproveitou bastante bem a rápida recuperação do mercado americano, que saltou de menos de 10 milhões/ano em 2009 para estimados 16 milhões este ano. outra etapa crucial é abrir o capital na bolsa de nova york, concluída a fusão fiat com a chrysler, até o fim do ano.
para o brasil, dentro da região américa latina, a fca reservou atenção especial na apresentação mundial em detroit. a fiat, de fato, liderou as vendas internas em 11 dos últimos 12 anos e pôde gerar importante fluxo financeiro para a sofrida sede na itália. nova fábrica de goiana (pe) começa a produzir no primeiro trimestre de 2015 o jeep renegade (projeto 521), sem a companhia do fiat 500 x, como acontece na instalação italiana de melfi. confirmaram-se, no entanto, dois novos produtos para 2016: uma picape média (projeto 226) de construção monobloco para 1.000 kg de carga (fiat) e um novo suv/crossover (projeto 551) na mesma arquitetura da picape para a marca jeep, posicionado entre renegade e cherokee.
esses três produtos da fábrica pernambucana têm maior valor agregado e são óbvios para alcançar retorno financeiro de um investimento pesado para atrair fornecedores de longe e capacitar mão de obra. embora a fiat ainda não confirme, o modelo subcompacto para combater vw up!, futuro chevrolet e outros como chery qq, fica mesmo em betim (mg), conforme a coluna antecipou. rebatizado de projeto x1h (antes 344), lançamento está previsto para o segundo semestre de 2015.
o objetivo do grupo fca na américa latina é passar de 900.000 unidades/ano (2013) para 1,3 milhão (2018), com papel preponderante para a jeep “ crescimento de 640% “ na região. já as outras marcas (chrysler, dodge e ram) não cresceriam.
analistas europeus foram mais céticos que os americanos quanto à expansão do grupo ítalo-americano, com sede na holanda e domicílio fiscal na inglaterra. chamou atenção a fca prever quintuplicar as vendas da alfa romeo e quadruplicar as da maserati em apenas cinco anos. deve-se notar que é a terceira vez que marchionne decide relançar a marca alfa romeo, dessa vez do alto de um investimento de € 5 bilhões (r$ 15 bilhões) e oito novos modelos, todos de tração traseira ou 4×4.
a estratégia, em linhas gerais, está correta. produzir focado em carros compactos gera margens insuficientes para se manter competitivo nos mercados mundiais. o duro é que lançamentos dependem de aceitação dos compradores, além de concorrentes terem investidos antes e do fato de manterem o ritmo.
no brasil, principal mercado da fiat no mundo, também há disputas que se tornarão ainda mais acirradas. as quatro grandes (chevrolet, fiat, ford e vw) dominavam 98% do mercado de automóveis e comerciais leves em 1990; no primeiro quadrimestre deste ano caíram ao patamar mais baixo da história: 65,6%. e novos entrantes não param de chegar, com tendência de tirar vendas primariamente dos que lideram.
otimismo com realismo talvez fosse o caminho mais seguro na consolidação de um novo grupo de atuação mundial.
roda viva
nome do suv compacto que a honda lançará em 2015, da nova fábrica de itirapina (sp), não será vezel (japão), nem hr-v (europa e eua), este último já usado aqui no caminhão leve da hyundai. bem cotado, hoje: urban (de urban concept, surgido no salão de detroit 2013). marca mantém planos para um compacto mais barato que o fit em 2016.
mercado interno caiu 5% no primeiro quadrimestre contra igual período de 2013. produção cedeu ainda mais (12%), apesar de as exportações para a argentina terem ajudado na recuperação de 56% no número de veículos vendidos ao exterior em abril sobre março deste ano. estoques totais caíram de 48 dias 40 dias, mas ainda continua difícil animar compradores.
espaço interno é um ponto forte do novo corolla. na versão de topo, altis, faróis de led realmente fazem diferença tanto na estrada quanto na cidade. câmbio cvt de 7 marchas cumpre bem seu papel. regulagem do banco (elétrica, no altis) melhorou e o volante um pouco mais vertical ficou bom, embora não devesse ser ligeiramente enviesado num carro desse porte. versão intermediária xei tem a melhor relação preço-benefício, sem dúvida.
segundo a abeifa (associação de importadores e fabricantes independentes), houve queda acentuada em 2014 nas vendas de modelos de menos de r$ 100.000. entretanto na faixa até r$ 200.000 e, na seguinte, r$ 300.000 o mercado continua ascendente.
comentário de seguidor, na página desse colunista no facebook, sobre o dia nacional do automóvel (13 de maio): “o automóvel é o meio de transporte que revolucionou as “migrações”. imagine se ainda tivéssemos que fazer tudo a cavalo ou com carro de boi: haja material particulado, vulgo estrume!” ambientalistas deveriam agradecer.
contatos do autor: rb.roj.nomlacnull@odnanref e www.twitter.com/fernandocalmon