Avaliação - chevrolet spin ltz 7s 1.8 (aut) (flex) 2014
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fotos: marcus lauria
a chevrolet spin foi lançada com a missão de substituir, de uma só vez, as minivans meriva e zafira. para cumprir tal missão, a spin se vale da moderna plataforma gsv (compartilhada com onix, cobalt, sonic e tracker) e pode ser encontrada nas configurações lt de 5 lugares, como a meriva, e ltz de 7 lugares, como a zafira. a versão que avaliamos é a ltz com transmissão automática de seis velocidades, topo da linha.
custando r$ 54.790, a chevrolet spin ltz traz como único opcional o câmbio automático de seis velocidades, que eleva seu preço para r$ 58.990, como o carro testado. seu visual traz o dna característico dos novos modelos da marca, e seu porte é generoso, o que se reflete em amplo espaço na cabine.
ao entrar no carro, nota-se a semelhança do painel com aquele encontrado no cobalt e em outros modelos com a mesma plataforma, inclusive o cluster com velocímetro digital e conta-giros analógico ao lado, de fácil leitura. o acabamento utilizado no interior é de boa qualidade, e a qualidade de montagem é razoável. os comandos estão sempre à mão, e não há dificuldade na utilização. ponto positivo para o mylink, central multimídia com tela sensível ao toque, que fica bem posicionado no painel.
o banco do motorista é confortável, embora o assento seja um pouco estreito. há regulagem de altura para o assento e para a coluna de direção, o que facilita encontrar uma posição razoável para dirigir, que poderia ser melhor caso houvesse ajuste de profundidade do volante. seu espaço interno é bom, com espaço de sobra para passageiros mais altos na segunda fileira de bancos, embora o encosto seja vertical demais, mesmo contando com regulagem. na última fileira, há espaço aceitável apenas para dois adultos de baixa estatura, ou crianças.
quanto à versatilidade dos 7 lugares, o sistema é bem mais simples que o flex 7 da finada zafira. o rebatimento dos bancos é feito sem problemas, operado por alavancas bem posicionadas e de fácil acionamento. só que os bancos não são removíveis, e uma vez rebatidos, ficam presos ao assento logo à frente por meio de uma cordinha. de qualquer forma, o espaço para bagagem com as duas últimas fileiras rebatidas é enorme. pula de 162 (com os 7 lugares) para 952 litros. e caso apenas a última fileira seja rebatida, são 553 litros.
uma vez posicionado em seu assento, o condutor da spin não terá problemas para lidar com o tamanho do carro. sua visibilidade é exemplar, com amplos retrovisores externos, posição elevada de condução e grande área envidraçada. em manobras, o sensor de estacionamento traseiro ajuda, e a direção hidráulica de peso suave colabora para que os 4,36 m de comprimento e 1,73 m de largura pouco incomodem.
conduzir a minivan em percurso urbano é agradável, mérito do câmbio gf6 automático sequencial de seis velocidades, que faz trocas suaves e casa bem com o motor 1.8 econo.flex, que traz bons 17,1 kgfm de torque máximo @ 3.200 rpm (etanol). a impressão é que a minivan de 1263 kg está sempre disposta. seu ajuste de suspensão é bem calibrado para o asfalto ruim das cidades brasileiras, e transmite bastante conforto no uso urbano. o isolamento acústico é bom, assim como o ar-condicionado trabalhou bem no calor do verão carioca. de qualquer forma, falta a opção de controle automático da climatização em um carro desse porte/preço.
já em uso rodoviário a spin também se mostra agradável, especialmente pela força em baixa do elástico motor, que entrega seus 108 cv @ 5.400 rpm, e mostra que sua curva de potência privilegia o tipo de utilização ao que o carro se propõe. novamente o câmbio gf6 mostra seu valor, trocando as marchas no momento certo e reagindo com precisão ao kick down para ultrapassagens. esqueça o modo sequencial, os botões na alavanca desencorajam o uso, e as trocas são mais lentas que o desejável, use apenas quando precisar de freio motor. em estradas com pavimentação ruim, a spin pula um pouco, mas não assusta o condutor. seus freios são bons, com baixa tendência ao fading e abs de ação suave. por fim, sua direção hidráulica tem boa progressividade.
fazendo uma utilização mais selvagem da minivan, embora não seja a proposta do carro, nota-se que sua dinâmica é boa, fruto de um ajuste correto de suspensão para a carroceria elevada. em curvas fechadas, a carroceria rola bastante e a dianteira tenta ir embora, mas o limite é alto. já em curvas de alta o carro se apóia bem e segue neutro, com tendência dianteira no limite. embora dê para confiar nos pneus bridgestone turanza er300 195/65 r15, seria interessante caso a chevrolet equipasse o modelo com controles de tração e estabilidade.
em relação ao consumo, após cerca de 700 km rodados, observamos um rendimento de 6,2 km/l de etanol na cidade e 10,3 km/l na estrada. já com gasolina, foram 9,1 km/l na cidade e 12,8 km/l na estrada. ou seja, números razoáveis, mas a média na cidade poderia ser melhor caso o consumo em tráfego pesado não fosse tão elevado. em certas situações de engarrafamento pesado chegamos a observar 4,5 km/l de etanol no computador de bordo.
por fim, comparando-se a chevrolet spin ltz automática com a concorrência, não é difícil explicar sua liderança em vendas, visto que o carro possui apelo de venda bem superior em relação à sua cansada concorrente nissan grand livina. com opção apenas de câmbio manual, a jac j6 corre por fora e se revela uma opção interessante, mas também não consegue fazer frente à spin. se a família cresceu mais do que o esperado, sua melhor opção no segmento é a chevrolet spin.
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