Coluna mecânica online® nº 77 | desvendando o lubrificante do veículo
-
fotos: divulgação
o automóvel está cada vez mais independente, mas ainda assim, são necessárias algumas manutenções para garantir seu pleno funcionamento. e se você não pretende contribuir para o surgimento de problemas no motor, é importante ficar atento na troca do óleo lubrificante. um lubrificante vencido exige mais força e aumenta o desgaste dos pistões, entre outras partes. por isso, ficar atento quanto ao nível do óleo e à data da troca são quesitos básicos para deixar o seu motor mais funcional.
e quais são os tipos de óleo existentesó basicamente são três. claro que existem outros, mas estes três são os mais importantes e comumente mais utilizados, principalmente no automóvel.
óleo mineral - atualmente o mais utilizado. adequado para trocas a cada 5 mil quilômetros em média, este óleo se adapta bem para todos os tipos de motores e cilindradas.
derivado do petróleo cru, são obtidos após refinação.
óleo semissintético ou de base sintética – uma mistura de bases sintéticas e minerais, na devida proporção, origina os óleos semissintéticos. a mistura busca otimizar a qualidade dos dois tipos de óleo, mas não deve ser feita em seu carro. somente os produtos fabricados como semissintéticos incluem aditivos estabilizantes na fórmula que evitam a formação de depósitos (borras) que diminuem consideravelmente a sua função anti-atrito. sua troca, em média, é realizada a cada 10 mil quilômetros.
óleo sintético – criados em laboratório, são mais caro por suas características e matérias-primas. possuem boa adaptação para diferentes temperaturas e também maior manutenção de suas propriedades, sendo indicado para trocas, em média, a cada 20 mil quilômetros. para carros de alto desempenho, com motores que atingem alta força e rotação, este é o óleo indicado.
o usuário deve sempre atentar ao manual do fabricante do veículo. é ele quem determina o tipo e frequência que devem ser realizadas as trocas de óleo do motor. a lubrificação consiste essencialmente em separar as superfícies de dois componentes em movimento relativo por meio de uma camada fina de óleo ou graxa, minimizando o atrito. com o tempo essa camada diminui e o motor começa a trabalhar em alta temperatura. o prazo médio para efetuar a troca de óleo é a cada 5 000 quilômetros.
muita gente pergunta a razão da baixa do nível do óleo. normalmente o problema está relacionado ao desgaste natural do motor. as folgas decorrentes do desgaste pode ocorrer uma maior queima do óleo nas câmaras de combustão.
não é recomendado misturar minerais com sintéticos – eles possuem diferentes poderes de solvência e isso pode gerar depósitos no motor, desgaste das superfícies, vazamentos, aumento da corrosão e entupimento no sistema de lubrificação. por outro lado, existem os óleos chamados semissintéticos. neste caso, estas misturas são feitas na fábrica de lubrificantes, com controle de qualidade adequado para o carro.
a utilização correta de um lubrificante depende da indicação do fabricante, apresentada no manual do proprietário. é imprescindível que o motorista respeite o tipo de óleo que deve ser colocado no motor, principalmente com relação ao grau de viscosidade do produto.
utilizo o método tradicional ou o de sucção? – antes da troca é necessário que o motor tenha permanecido pelo menos 5 minutos em funcionamento. isso garante que as impurezas fiquem em suspensão e sejam eliminadas. no caso da troca por meio do bujão garante-se o esvaziamento quase total do cárter. já as máquinas a vácuo fazem uso de sondas de sucção introduzidas no orifício da vareta de medição de óleo. mas é interessante estar atento, pois cada modelo de motor exige uma sonda de comprimento e forma adequados ao formato interno do cárter.
troca do filtro de óleo – a função do filtro de óleo é reter todas as impurezas do lubrificante que está no motor. por isso verifique-o sempre.
mitos e verdades sobre óleos lubrificantes
o nível de óleo correto deve estar entre a marca superior ou inferior do medidor. verdade – o nível correto, ao contrário do que a maior parte das pessoas normalmente imagina, fica entre o meio do medidor da vareta, ou seja, entre o mínimo e o máximo.
o sistema de lubrificação das motos é igual ao dos carros. mito – no brasil, a maior parte das motos que vemos nas ruas possui o sistema de lubrificação integrado, que lubrifica motor e transmissão, o que faz com que o lubrificante tenha aditivação diferente para carros e motos.
o óleo recomendado pelo fabricante é sempre a melhor opção. verdade – o óleo recomendado pelo fabricante é uma opção de compra, porém o consumidor pode escolher outra marca sem ser a recomendada pelo fabricante, desde que o produto atenda as especificações da montadora, como viscosidade, api e/ou jaso.
posso usar o mesmo tipo de lubrificantes para ambos. mito – o uso de lubrificantes de carros em motos, em função da lubrificação da integrada com a transmissão, pode ocasionar problemas na embreagem; onde a mesma pode patinar. sendo assim, não se recomenda o uso de lubrificantes de carros em motos e vice-versa.
os lubrificantes das motos também têm a função de refrigerar o motor. verdade – sim, uma das funções do lubrificante é justamente refrigerar e na moto esta função é extremamente importante, pois sabemos que os motores deste tipo de veículo trabalham em alta rotação, o que faz com que a temperatura também seja alta. desta forma, o óleo ajuda a manter o motor refrigerado, aumentando a sua vida útil.
os redutores de atrito potencializam o desempenho do motor das motocicletas. mito – não é recomendado o uso de aditivos, como os redutores de atrito, em qualquer veículo. os lubrificantes já são formulados com o pacote de aditivos necessário ao bom funcionamento do veículo e o uso de aditivos, pode desbalancear a formulação, trazendo prejuízos ao desempenho do lubrificante e consequentemente do veículo.
posso misturar óleo sintético e semissintético com o mineral. depende – em casos de emergência, podem-se misturar as bases, ou seja, a mistura pode ser realizada entre um óleo sintético/semissintético com o óleo mineral, porém esta pratica é recomendada apenas em casos emergenciais. os lubrificantes sintéticos ou semissintéticos possuem óleos básicos com características superiores aos óleos minerais. a mistura entre eles gera um desbalanceamento da formulação e, em alguns casos, perda de viscosidade e aditivação, fatores podem comprometer o desempenho do óleo e deficiência de lubrificação no motor.
os filtros de óleo e de ar influenciam na lubrificação do motor da moto. verdade – os filtros de óleo e ar desempenham papel extremamente importante. o filtro de óleo, inclusive, ajuda a reter as impurezas que podem estar contidas no óleo, evitando que contaminantes venham causar danos ao motor.
o motor deve estar quente na hora da troca de óleo. mito – recomenda-se aguardar aproximadamente 10 minutos após parar a moto para medir o nível do óleo e trocá-lo, se necessário.
tarcisio dias - profissional e técnico em mecânica, além de engenheiro mecânica com habilitação em mecatrônica e radialista, é gerente de conteúdo do portal mecânica online® (www.mecanicaonline.com.br) e desenvolve a coleção automecânica. e-mail: rb.moc.enilnoacinacemnull@oacader
coluna mecânica online® – menção honrosa (segundo colocado) na categoria internet do 7º prêmio sae brasil de jornalismo 2013, promovido pela sociedade de engenheiros da mobilidade.